Five Graves to Cairo (Br: Cinco Covas no Egito) é o terceiro filme dirigido por Wilder, então já um experiente roteirista, que aqui escreve com seu parceiro Charles Brackett, adaptando uma peça (não tinha percebido a origem teatral, apesar de toda a ação se dar em um hotel) de Lajos Biró. Como o ano indica, trata-se de um filme de esforço de guerra, centrado na campanha alemã na África liderada por Rommel, que aqui é interpretado pelo homem que amamos odiar, o grande Erich von Ströheim (que, como de praxe, teria exigido que seus adereços fossem todos legítimos _ até a câmera fotográfica que seu personagem usa deveria conter filme). Também temos Anne Baxter, em um de seus primeiros filmes, num papel heroico, e Franchot Tone como o protagonista (em papel que o diretor queria dar para Cary Grant), que está muito bem, apesar de passar a impressão de ser um sub-Bogart; e ainda temos o camaleão Akim Tamiroff, sendo o grande character actor que foi, e Peter van Eyck (que de rosto lembra um pouco o Richard Burton), também em um de seus primeiros trabalhos, como um tenente alemão. Apesar de não ser uma comédia (mas com diálogos engraçados, em geral vindos do personagem egípcio de Tamiroff e o do general italiano que gosta de cantar ópera e fica com o quarto com o banheiro quebrado), a trama se baseia num engano, com o protagonista britânico assumindo o papel de um morto para espionar os alemães. É tudo muito previsível, mas delicioso de ver assim mesmo, num filme que não é prejudicado pela falta de verossimilhança do roteiro.
Sinopse
Junho, 1942. Após ser derrotado pelas tropas de Rommel, no Egito, o exército britânico bate em retirada deixando para trás um sobrevivente, John Bramble (Franchot Tone). Ele encontra refúgio num inóspito hotel no deserto, o qual mais tarde, receberá a visita de ninguém menos que o próprio General Rommel (Erich Von Stronheim) e sua estratégia secreta de guerra, denominada "Cinco Covas".
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